sábado, 4 de abril de 2009

Terra brava , responde-me país!


Terra brava!
responde-me e diz-me que sim.
Adorar-te,
Nesse grito infinito,
Ao som das guitarras de doze cordas,
Que barcos amarras?
E à voz das ondas soberbas,
Perdida, no teu navegar,
Espero no teu marulhar,
O toque a noite de bruma,
Acordar,
Ao som do canto das sereias
De cauda envolta em espuma,
Roçar em mim,
Brancas areias finas areias,
Fados molhados,
Dores marinheiras, cantadeiras...
Seus homens amados, esperados,
Além fronteiras,
No mar galgando, terras derradeiras.
Sabe Deus quanto sinto,
E não consigo depor
Então na caneta eu pinto
Teu céu de luz magistral
À vela país conquistado
Luz acesa, Portugal.
Na linha do horizonte
Como estrada atravessada,
Vejo esta terra amada,
Mundo a meus pés,
Cama mesa delicada.
E o fado que era Severa,
No verde e vermelho fatal,
Foi cravo de Primavera,
Que brotou em ti Portugal
Caríssimo nome...
Na tua bravura temperada,
E no teu Sol, pele doirada,
Espelhada...
Perfeito és.
Nas ondas cadentes,
Meus pesamentos presentes,
De passados , mares salgados,que agora beijam meus pés,
Sem espada,
Calma nação.
Pura terra desbravada, pela força das marés,
E em todo o amor e talento,
Vou sentindo de vez em quando
Os beijos dessa bandeira,
Primeira,
Ao vento,
Todo o valor e alento,
Da força de ser português.
No teu escudo,saudoso Viriato,
Pendido teu nome ancestral.
Ao sabor da brisa que te alisa,
Amo-te,
Minha tera brava, semeada,
Portugal.

«Raquel Calvete in Poesia em Dó Menor»
.