Uma questão de imaturidade .
Ele - Sabes quem é que morreu? O J.
Ela - Sim, já sabia. O funeral, quando é?
Ele - 5ª feira. Detesto funerais...
Ela - Acho que ninguém gosta.
Ele - Menos o morto. Esse não tem direito a opinar.
Ela - Todo aquele ambiente carregado de tristeza...
Ele - Sim... e depois é sempre uma pincelada escolher o que levar vestido.
Ela - Perdão?
Ele - Nunca sei o que hei de vestir para um funeral. Bem sei que o fato é o mais tradicional, mas nem sempre calha bem. Já com calças de ganga e t-shirt ou em mangas de camisa tenho medo de ficar mal visto pelos restantes convivas.
Ela - Oh meu deus... E porque é que o fato pode não calhar bem?
Ele - Para já porque estamos no verão e aquilo não só é quente como sufoca. E num funeral basta haver um gajo sem respirar, não são precisos dois. Depois imagina que calho a ser um dos marmelos que vai carregar o caixão? O que é que faço ao casaco? Não dá jeito nenhum tê-lo vestido nem tão pouco amarrá-lo à volta da cintura.
Ela - É essa a tua preocupação com os funerais?
Ele - É uma delas.
Ela - Jesus...
Ele - Espero não ter um funeral assim. Aliás, se dependesse de mim nem sequer era enterrado.
Ela - Preferias ser cremado?
Ele - Nops.
Ela - Então?
Ele - Gostava de ser empalhado e posto na sala lá em casa. Até me podiam pôr de braços abertos, para fazer de cabide.
Ela - Tu também fazes pouco de tudo.
Ele - Até estava a falar a sério, por acaso. Mas se a morte já por si só é algo de grande carga negativa é igualmente uma experiência pela qual todos acabamos por passar. Porquê sobrecarregar toda uma aura já de si sombria?
Ela - Mas encará-la com leviandade?
Ele - Diz antes com humor. Acho que é essa a melhor forma de recordar alguém. Deixar toda aquela culpa pseudo-cristã para trás. Mais um bocadinho de negativismo aqui e ali e ainda ficávamos a parecer irlandeses.
Ela - É uma forma de ver as coisas.
Ele - Sou benfiquista, pá. Se não me risse das desgraças, os meus dentes nunca veriam a luz do dia .
Ela - Sim, já sabia. O funeral, quando é?
Ele - 5ª feira. Detesto funerais...
Ela - Acho que ninguém gosta.
Ele - Menos o morto. Esse não tem direito a opinar.
Ela - Todo aquele ambiente carregado de tristeza...
Ele - Sim... e depois é sempre uma pincelada escolher o que levar vestido.
Ela - Perdão?
Ele - Nunca sei o que hei de vestir para um funeral. Bem sei que o fato é o mais tradicional, mas nem sempre calha bem. Já com calças de ganga e t-shirt ou em mangas de camisa tenho medo de ficar mal visto pelos restantes convivas.
Ela - Oh meu deus... E porque é que o fato pode não calhar bem?
Ele - Para já porque estamos no verão e aquilo não só é quente como sufoca. E num funeral basta haver um gajo sem respirar, não são precisos dois. Depois imagina que calho a ser um dos marmelos que vai carregar o caixão? O que é que faço ao casaco? Não dá jeito nenhum tê-lo vestido nem tão pouco amarrá-lo à volta da cintura.
Ela - É essa a tua preocupação com os funerais?
Ele - É uma delas.
Ela - Jesus...
Ele - Espero não ter um funeral assim. Aliás, se dependesse de mim nem sequer era enterrado.
Ela - Preferias ser cremado?
Ele - Nops.
Ela - Então?
Ele - Gostava de ser empalhado e posto na sala lá em casa. Até me podiam pôr de braços abertos, para fazer de cabide.
Ela - Tu também fazes pouco de tudo.
Ele - Até estava a falar a sério, por acaso. Mas se a morte já por si só é algo de grande carga negativa é igualmente uma experiência pela qual todos acabamos por passar. Porquê sobrecarregar toda uma aura já de si sombria?
Ela - Mas encará-la com leviandade?
Ele - Diz antes com humor. Acho que é essa a melhor forma de recordar alguém. Deixar toda aquela culpa pseudo-cristã para trás. Mais um bocadinho de negativismo aqui e ali e ainda ficávamos a parecer irlandeses.
Ela - É uma forma de ver as coisas.
Ele - Sou benfiquista, pá. Se não me risse das desgraças, os meus dentes nunca veriam a luz do dia .