Entre mim e a água
só o abandono dos homens.
Esqueleto ancorado no lodo,
restos dos dias do orgulho
de dominar o azul ondulante.
Entre mim e o céu
só vidas que desta se cansaram.
Não alcanço o espelho em que se vê,
não o toco no destino da viagem,
meu sonho perdido de navegar.
Passam outros, proa erguida sem olhar
que o abandono dói por o sabermos nosso
nalgum dia breve, nalgum tempo próximo.
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